Meritocracia para quem?

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Esta figura apresenta a relação entre a probabilidade de entrar no ensino superior (eixo vertical), notas (eixo horizontal), estratos de renda e raça. Apresentamos a proporção de alunos que entraram no ensino superior em cada décimo de desempenho no Enem – ordenados do menor (1) ao maior (10). A ilustração
mostra que estudantes no mesmo estrato de desempenho têm taxas de entrada no ensino superior muito distintas, dependendo de sua renda familiar. Visualmente, o impacto das diferenças é que a baixa inclinação de uma linha imaginária que ligaria os pontos dos estudantes
ricos ilustrados na figura é praticamente paralela ao eixo horizontal. Ou seja, o desempenho pouco influencia a probabilidade de estudantes ricos entrarem no ensino superior, enquanto estudantes pobres dependem muito mais do desempenho para entrar. O gráfico aponta que, em todos os níveis de desempenho (com exceção do último) há diferenças na probabilidade de transição para o ensino superior entre os estratos de renda, ou seja, uma evidência clara de efeitos diretos. Também é possível vers que a associação entre renda e entrada no ensino superior é diferente entre os grupos raciais em cada nível de desempenho. Estudantes brancos, com a mesma renda e desempenho que estudantes PPI, têm taxas significativamente mais altas de entrada no ensino superior. Isso sugere que há desigualdade racial independentemente do nível de renda e desempenho dos estudantes, uma vez que estudantes nos mesmos estratos das duas variáveis têm probabilidades distintas de ingressarem no ensino superior.